Papa critica a
privatização da água
Divulgada pelo Vaticano
em 18 de junho, a encíclica “Laudato Si”, do papa Francisco, apresenta a
preocupação do pontífice com a degradação ambiental, mudanças climáticas e a
pobreza no mundo. O documento aponta o ser humano como o principal responsável
pelo aquecimento do planeta, além de alertar para os riscos da privatização da
água.
Segundo o papa, é
necessário "unir a família humana na busca de um desenvolvimento
sustentável e integral". Com quase 200 páginas, o texto fala da
importância de se preservar o bem comum e do abuso irresponsável que se faz
deles. “A destruição do ambiente humano é muito séria”.
A publicação reflete a
importância da água limpa e potável para a vida humana e a sustentabilidade dos
ecossistemas terrestres e aquáticos. Além disso, menciona os problemas atuais
com a disponibilidade de água, destacando que em muitos lugares a procura já
excede a oferta sustentável. “Grande cidades, que dependem de importantes
reservas hídricas, sofrem períodos de carência do recurso. Nos momentos
críticos, nem sempre se administra com uma gestão adequada e com
imparcialidade”.
O pontífice também
critica duramente o processo de privatização da água, que torna o recurso
natural “uma mercadoria sujeita às leis do mercado”. Para Francisco, o acesso à
água potável e segura é um direito humano universal, pois condiciona o
exercício da cidadania. Ele ressalta, ainda, a exclusão social nos países
desenvolvidos: “Este mundo tem uma grave dívida social para com os pobres que
não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida
radicado na sua dignidade inalienável”.
O texto indica uma
relação íntima entre a pobreza e a fragilidade do planeta, aborda a grande
responsabilidade da política internacional e condena a cultura do desperdício.
Sobre a escassez hídrica, Francisco alerta que o controle da água por grandes
empresas mundiais pode se transformar em uma das principais fontes de conflito
deste século, caso não sejam adotadas medidas urgentes.
A Assemae considera a
encíclica um documento importante para reforçar a necessidade da
sustentabilidade no planeta, baseada na gestão pública dos serviços de
saneamento básico, com qualidade e eficiência. Segundo o presidente da
Entidade, Aparecido Hojaij, a busca pela ampliação e excelência do saneamento
básico assegura mais saúde pública, inclusão social e a preservação ambiental,
e por isso, deve ser prioridade de todos os setores que formam a
sociedade.
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