Brasil, o país do futuro!
No início de maio deste ano de 2015, aconteceu
a 31ª feira da APAS, Associação Paulista
de Supermercados. “Foi um evento muito produtivo para nós do setor, e quero
compartilhar com vocês parte de uma palestra a que tive a oportunidade de
assistir”, comentou Márcio Roberto de
Oliveira, presidente da Acia de Poços de Caldas.
“Participavam do debate entre outros, o
presidente do grupo Guararapes (Lojas Riachuelo) Flávio Rocha, que, em dado
momento este fez uma interessante explanação sobre a importância do varejo na
economia mundial e, sobre como várias mudanças ocorridas na sociedade de
consumo, colocando as empresas
varejistas no topo do ranking de maiores empregadores, e de maior faturamento”, destacou Marcio
Roberto.
“Foi destacado também, algumas diferenças
entre o varejo, e a indústria, principalmente
em relação a carga horária, a facilidade da indústria de programar
suas ações, aos picos de vendas a que o varejo é submetido, gerando diferentes demandas no decorrer do
mês, e a principal delas, que é a necessidade de termos colaboradores
habilitados a executar várias tarefas para atender estas demandas”,
apontou Marcio Roberto.
DESABAFO
Neste momento, em tom de desabafo, o
presidente do grupo destacou a enorme dificuldade de se trabalhar, produzir e
gerar riquezas no Brasil, principalmente pelo grande entrave que temos hoje
pela manutenção, e pela piora continua e seguida em nossas leis trabalhistas.
A maioria delas foi criada com C.L.T (Consolidação
das leis trabalhistas), durante o governo de Getúlio Vargas, em 1º de Maio de
1943, isto é, há 72 anos atrás. Expôs a platéia algumas diferenças enormes
sobre a vida e os costumes de ontem e hoje, e principalmente o fato de que
essas leis basicamente foram criadas para os empregados na indústria da época,
citando o quanto tais obstáculos prejudicam os negócios e o crescimento do
Brasil. Dessa forma, pelo seu ponto de
vista, precisamos muito que às reformas trabalhista e tributárias, saiam do
papel.
E o que isto impacta nos negócios e na vida do
país? Vou ilustrar em um exemplo, como o baixo crescimento econômico castiga a
todos nós, empresários ou não. No início da década de 80 a renda per capta do
Brasil era o dobro da Coréia do Sul. Hoje, 30 anos, depois aquela nação asiática tem a
renda três vezes maior que a dos Brasileiros. E tal como este, teríamos vários
outros, mostrando de maneira cabal o tanto e, o quanto o país perde a cada ano que estas
reformas são postergadas.
Os supostos “Direitos trabalhistas” são muito
difíceis de serem explicados quando um bancário no Brasil recebe pouco mais de
2 mil reais de salário por mês, e seu similar nos EUA recebe mais 8 mil reais
na mesma função. É mais duro ainda constatar que no Brasil esse empregado teria
que trabalhar 3 anos para adquirir um automóvel sedã médio, e seu colega
americano o faria em aproximadamente 7 meses de trabalho. Talvez seja um
exemplo tosco, mas ilustra bem como os fatos precisam ser analisados de maneira
mais ampla.
No entanto, o que é ruim pode ainda piorar. Se
não bastassem, todas as leis arcaicas e
paternalistas da C.L.T, a cada ano somos “brindados” com novas obrigações,
portarias e normas, tendo a maioria delas sido escrita por quem nunca deu um
emprego sequer na vida. Deveria ser norma no serviço público que, para atuar em
determinados cargos, os funcionários passassem por um estágio no setor privado
para saber quão difícil é a competição entre as empresas, e a dificuldade em
atender as normas e mudanças a que somos expostos. Podendo assim compreender como são enormes os
gastos e esforços empreendidos, no
atendimento destas. Para completar o quadro, somos fiscalizados com um rigor
que nem de longe se aplica a outros setores da sociedade, na maioria das vezes,
de maneira punitiva e indefensável, pois
a via de regra somos tratados como culpados, em tudo que se apresenta e,
julgados de maneira pouco imparcial, e
quase sempre contraditória.
Às vezes penso que dar empregos no Brasil, tornar-se impossível,
em pouco tempo tamanhas são as
dificuldades criadas diariamente no dia a dia, das empresas.
Qual é o resultado disto? O Brasil produz por
hora mais ações trabalhistas que o Japão em um ano! É verdade, somos de longe,
o país com mais ações trabalhistas do mundo. E quer você queira ou não, somos
nós todos que pagamos caríssimo, para manter a máquina de reclamações por meio
dos impostos que recolhemos com nosso árduo trabalho.
Nós todos sustentamos, através dos nossos
impostos, toda a estrutura do Judiciário trabalhista para proteger estes
supostos direitos. Digo supostos, pois caminhamos na contramão do mundo, e todo
este enorme contingente de pessoas e esforços poderia estar a serviço de outras
demandas da sociedade, se as sonhadas reformas fossem aprovadas em nosso
congresso nacional.
Qual é o meu objetivo com este texto?
Desabafar? Talvez..., Mas, principalmente, levar você a pensar sobre nossas
responsabilidades e deveres como empresários e cidadãos. A julgar pelo número
de anos que os assuntos levantados estão em pauta com nossos congressistas e
juristas, é necessário que façamos muito mais do que temos feito. É necessário
que façamos valer nossos direitos na mesma proporção em que nossas obrigações
são cobradas. Por que nós temos que pagar a conta sempre?
Pense nisso toda vez que for convidado a
comparecer a uma reunião do seu sindicato. Pense nisso quando estiver
escolhendo seu candidato a deputado. Pense nisso quando sua associação de
classe precisar do seu apoio para fazer valer seus pleitos e opiniões.
Juntos será muito difícil mudarmos algo neste
país. Sozinho penso ser impossível.
Texto: Márcio
Roberto de Oliveira.
Presidente.
ACIA –
Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Poços de Caldas.
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