sexta-feira, 10 de julho de 2015

Brasil, o país do futuro!


No início de maio deste ano de 2015, aconteceu a  31ª feira da APAS, Associação Paulista de Supermercados. “Foi um evento muito produtivo para nós do setor, e quero compartilhar com vocês parte de uma palestra a que tive a oportunidade de assistir”, comentou  Márcio Roberto de Oliveira, presidente da Acia de Poços de Caldas.
“Participavam do debate entre outros, o presidente do grupo Guararapes (Lojas Riachuelo) Flávio Rocha, que, em dado momento este fez uma interessante explanação sobre a importância do varejo na economia mundial e, sobre como várias mudanças ocorridas na sociedade de consumo, colocando  as empresas varejistas no topo do ranking de maiores empregadores,  e de maior faturamento”, destacou Marcio Roberto.
“Foi destacado também, algumas diferenças entre o varejo, e a indústria,  principalmente em relação a carga horária,  a facilidade da indústria de programar suas ações, aos picos de vendas a que o varejo é submetido,  gerando diferentes demandas no decorrer do mês, e a principal delas, que é a necessidade de termos colaboradores habilitados a executar várias tarefas para atender estas demandas”, apontou  Marcio Roberto.

DESABAFO
Neste momento, em tom de desabafo, o presidente do grupo destacou a enorme dificuldade de se trabalhar, produzir e gerar riquezas no Brasil, principalmente pelo grande entrave que temos hoje pela manutenção, e pela piora continua e seguida em nossas leis trabalhistas.
A maioria delas foi criada com C.L.T (Consolidação das leis trabalhistas), durante o governo de Getúlio Vargas, em 1º de Maio de 1943, isto é, há 72 anos atrás. Expôs a platéia algumas diferenças enormes sobre a vida e os costumes de ontem e hoje, e principalmente o fato de que essas leis basicamente foram criadas para os empregados na indústria da época, citando o quanto tais obstáculos prejudicam os negócios e o crescimento do Brasil.  Dessa forma, pelo seu ponto de vista, precisamos muito que às reformas trabalhista e tributárias, saiam do papel.
E o que isto impacta nos negócios e na vida do país? Vou ilustrar em um exemplo, como o baixo crescimento econômico castiga a todos nós, empresários ou não. No início da década de 80 a renda per capta do Brasil era o dobro da Coréia do Sul. Hoje, 30 anos,  depois aquela nação asiática tem a renda três vezes maior que a dos Brasileiros. E tal como este, teríamos vários outros, mostrando de maneira cabal o tanto e,  o quanto o país perde a cada ano que estas reformas são postergadas.
Os supostos “Direitos trabalhistas” são muito difíceis de serem explicados quando um bancário no Brasil recebe pouco mais de 2 mil reais de salário por mês, e seu similar nos EUA recebe mais 8 mil reais na mesma função. É mais duro ainda constatar que no Brasil esse empregado teria que trabalhar 3 anos para adquirir um automóvel sedã médio, e seu colega americano o faria em aproximadamente 7 meses de trabalho. Talvez seja um exemplo tosco, mas ilustra bem como os fatos precisam ser analisados de maneira mais ampla.
No entanto, o que é ruim pode ainda piorar. Se não bastassem,  todas as leis arcaicas e paternalistas da C.L.T, a cada ano somos “brindados” com novas obrigações, portarias e normas, tendo a maioria delas sido escrita por quem nunca deu um emprego sequer na vida. Deveria ser norma no serviço público que, para atuar em determinados cargos, os funcionários passassem por um estágio no setor privado para saber quão difícil é a competição entre as empresas, e a dificuldade em atender as normas e mudanças a que somos expostos.  Podendo assim compreender como são enormes os gastos e esforços empreendidos,  no atendimento destas. Para completar o quadro, somos fiscalizados com um rigor que nem de longe se aplica a outros setores da sociedade, na maioria das vezes,  de maneira punitiva e indefensável, pois a via de regra somos tratados como culpados, em tudo que se apresenta e, julgados de maneira pouco imparcial,  e quase sempre contraditória.
Às vezes penso que dar empregos no Brasil,  tornar-se  impossível,  em pouco tempo  tamanhas são as dificuldades criadas diariamente no dia a dia,  das empresas.
Qual é o resultado disto? O Brasil produz por hora mais ações trabalhistas que o Japão em um ano! É verdade, somos de longe, o país com mais ações trabalhistas do mundo. E quer você queira ou não, somos nós todos que pagamos caríssimo, para manter a máquina de reclamações por meio dos impostos que recolhemos com nosso árduo trabalho.
Nós todos sustentamos, através dos nossos impostos, toda a estrutura do Judiciário trabalhista para proteger estes supostos direitos. Digo supostos, pois caminhamos na contramão do mundo, e todo este enorme contingente de pessoas e esforços poderia estar a serviço de outras demandas da sociedade, se as sonhadas reformas fossem aprovadas em nosso congresso nacional.
Qual é o meu objetivo com este texto? Desabafar? Talvez..., Mas, principalmente, levar você a pensar sobre nossas responsabilidades e deveres como empresários e cidadãos. A julgar pelo número de anos que os assuntos levantados estão em pauta com nossos congressistas e juristas, é necessário que façamos muito mais do que temos feito. É necessário que façamos valer nossos direitos na mesma proporção em que nossas obrigações são cobradas. Por que nós temos que pagar a conta sempre?
Pense nisso toda vez que for convidado a comparecer a uma reunião do seu sindicato. Pense nisso quando estiver escolhendo seu candidato a deputado. Pense nisso quando sua associação de classe precisar do seu apoio para fazer valer seus pleitos e opiniões.
Juntos será muito difícil mudarmos algo neste país. Sozinho penso ser impossível.
           
Texto: Márcio Roberto de Oliveira.
Presidente.
ACIA – Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Poços de Caldas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário