Sindserv apura situação da Guarda
Municipal
O Ministério Público do Trabalho, através da Procuradoria
Regional de Pouso Alegre, está apurando junto ao Sindicato dos Servidores
Públicos Municipais de Poços de Caldas – Sindserv, as condições de trabalho aos
quais são submetidos os guardas municipais que atuam pela secretaria de Defesa
Social. Na última quinta-feira (13), em reunião realizada pelo Sindserv, guardas
puderam relatar os problemas que enfrentam diariamente para zelar pelo
patrimônio do município.
Segundo relatos, a última vez que receberam uniforme completo
de trabalho foi no início de 2013. Alguns receberam parte da composição em
2014. O material, segundo eles, é de péssima qualidade. Principalmente o
coturno, em alguns casos utilizados poucas vezes, pois logo em seguida
descosturaram.
Além disso, mesmo sem a entrega dos uniformes adequados,
muitos guardas são cobrados e advertidos pelos seus superiores hierárquicos
quando não se apresentam devidamente caracterizados. Houve relato de um guarda
que teria sido impedido de dirigir a viatura por falta de uniforme.
A última blusa de frio, conhecida como japona, foi entregue
pela administração do período de 2005 a 2008. Levando-se em consideração que os
guardas não podem usar qualquer vestimenta sobre o uniforme, eles usam a mesma
blusa de frio há aproximadamente sete anos.
Devido à necessidade, os guardas mandam confeccionar uniformes
às suas próprias custas, o que, para a presidente do Sindserv Marieta Carneiro,
é inadmissível. Segundo Marieta, há anos que tal situação se repete. Por várias
ocasiões a diretoria do Sindicato se reuniu com prefeito e secretário de Defesa
Social no intuito de resolver a questão, promessas foram feitas, porém a inércia
continua.
Outro problema relatado pelos guardas diz respeito aos
veículos utilizados por eles durante as rondas. De maneira geral, estão em
péssimo estado de conservação e necessitam de manutenção constante. Uma das
viaturas sequer tem freio de mão e deve ser escorada com pedras. Os guardas não
pode se recusar a assumir a direção dos veículos, sob pena de processos
administrativos.
Os dois repetidores de sinal dos rádios comunicadores estão
quebrados. Isso faz com que os guardas não consigam se comunicar em raio maior
de dois quilômetros. Caso haja necessidade, eles usam telefones celulares
particulares. Porém, segundo Marieta, há decreto municipal que considera o uso
de celular infração disciplinar de natureza média. “É lamentável ouvir estes
relatos de trabalhadores que reivindicam condições para prestar um bom serviço
ao nosso município, preservando o patrimônio” diz Marieta.
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