segunda-feira, 23 de março de 2015

JUSTIÇA DETERMINOU A CONDENAÇÃO DOS MÉDICOS ACUSADOS DE RETIRADA ILEGAL DE ÓRGÃOS DE PACIENTES 



O caso que atraiu a atenção pública sobre o tráfico de órgãos no Hospital da Santa Casa de Poços de Caldas, começou no ano de 2000, com a morte do menino  Paulo Veronesi Pavesi, que caiu do segundo andar de um prédio, o qual deu entrada ainda com vida no hospital. Por conta disso,  pai do menino  deu inicio nas investigações, que na sequência ficou sob as responsabilidade do  Ministério Público, que descobriu outros casos e pediu a condenação dos médicos envolvidos.

Depois das investigações que deram origem  à CPI de Tráfico de Órgãos, que envolvia cerca de  dez médicos  que atuavam no hospital da Santa Casa de Poços de Caldas, a Justiça determinou a prisão de três médicos, sendo o nefrologista  João Alberto Góes Brandão,  o qual foi condenado a 19 anos de prisão,  o urologista Cláudio Roberto Carneiro Fernandes, condenado  a 17 anos,  o qual já havia sido condenado por participação na retirada de órgãos do pedreiro José Domingos de Carvalho, e o radiologista Jeferson André Saheki  Skulski, que foi condenado a 18 anos de prisão.


Além destes três médicos, o Juiz Dr. Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, fixou pena de 16 anos, para o gastroenterologista Paulo César Pereira Negrão, o qual o Juiz entendeu que a participação dele não era suficiente para a prisão, por isso ele vai cumprir apenas medidas cautelares em liberdade.

Quanto ao médico  anestesiologista  José Júlio Balducci, ex-secretário de Saúde em Poços de Caldas,  foi absolvido  no caso,  e a oftalmologista Alessandra Queiroz Araújo, não vai ser presa, porque o Juiz entendeu que a pena era pequena e foi prescrita.

Segundo o Juiz Dr. Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, estes   médicos estão sendo presos  acusados da retirada de rins e córneas de um paciente morto há 14 anos, sem o laudo de comprovação da morte cerebral.  “Na ocasião,  estes médicos
atuavam na Santa Casa de Poços de Caldas, também  são alvos de um processo pela morte de sete pacientes”, comentou o Juiz Dr Narciso.

“Para isso, eles usavam a MG Sul Transplantes, uma central ilegal que mantinha contratos com a Secretaria Estadual de Saúde, a qual era idealizada pelo ex-deputado estadual Carlos Mosconi ( PSDB), o qual também dirigia a FHEMIG ( Fundação Hospitalar de Minas Gerais). Após as denuncias do MP, que apontava os mesmos médicos, que atuavam na retirada dos órgãos,  a Santa Casa foi proibida de realizar os transplantes”, concluiu o Juiz. 

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