JUSTIÇA DETERMINOU A CONDENAÇÃO DOS MÉDICOS ACUSADOS DE
RETIRADA ILEGAL DE ÓRGÃOS DE PACIENTES
O caso que atraiu a atenção pública sobre o tráfico de órgãos no
Hospital da Santa Casa de Poços de Caldas, começou no ano de 2000, com a morte
do menino Paulo Veronesi Pavesi, que
caiu do segundo andar de um prédio, o qual deu entrada ainda com vida no
hospital. Por conta disso, pai do
menino deu inicio nas investigações, que
na sequência ficou sob as responsabilidade do
Ministério Público, que descobriu outros casos e pediu a condenação dos
médicos envolvidos.
Depois
das investigações que deram origem à CPI
de Tráfico de Órgãos, que envolvia cerca de
dez médicos que atuavam no
hospital da Santa Casa de Poços de Caldas, a Justiça determinou a prisão de três
médicos, sendo o nefrologista João
Alberto Góes Brandão, o qual foi
condenado a 19 anos de prisão, o
urologista Cláudio Roberto Carneiro Fernandes, condenado a 17 anos,
o qual já havia sido condenado por participação na retirada de órgãos do
pedreiro José Domingos de Carvalho, e o radiologista Jeferson André Saheki Skulski, que foi condenado a 18 anos de
prisão.
Além
destes três médicos, o Juiz Dr. Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, fixou
pena de 16 anos, para o gastroenterologista
Paulo César Pereira Negrão, o qual o Juiz entendeu que a participação dele não
era suficiente para a prisão, por isso ele vai cumprir apenas medidas
cautelares em liberdade.
Quanto ao
médico anestesiologista José Júlio Balducci, ex-secretário de Saúde em
Poços de Caldas, foi absolvido no caso,
e a oftalmologista Alessandra Queiroz Araújo, não vai ser presa, porque
o Juiz entendeu que a pena era pequena e foi prescrita.
Segundo o Juiz Dr. Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, estes médicos estão sendo presos acusados da retirada de rins e córneas de um paciente morto há 14 anos, sem o laudo de comprovação da morte cerebral. “Na ocasião, estes médicos
atuavam na Santa Casa de Poços de Caldas, também são alvos de um processo pela morte de sete
pacientes”, comentou o Juiz Dr Narciso.
“Para isso, eles usavam a MG Sul Transplantes, uma
central ilegal que mantinha contratos com a Secretaria Estadual de Saúde, a
qual era idealizada pelo ex-deputado estadual Carlos Mosconi ( PSDB), o qual
também dirigia a FHEMIG ( Fundação Hospitalar de Minas Gerais). Após as
denuncias do MP, que apontava os mesmos médicos, que atuavam na retirada dos
órgãos, a Santa Casa foi proibida de
realizar os transplantes”, concluiu o Juiz.
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